ESTREIA INTERNACIONAL / INTERNATIONAL PREMIER
Antalya International Theatre Festival - Turquia | 2019
ESTREIA NACIONAL / NATIONAL PREMIER
SESC Pompéia | 2019
Galpão do Folias | 2019
Três mulheres. Um jardim artificial. Uma rotina sem acidentes ou perigos. Por que as flores não crescem? Pautada em cores vibrantes, formas graciosas e exacerbando um universo instagramável, a performance representa uma armadilha moderna para aprisionamentos contemporâneos.
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Three women. An artificial garden. A routine without accidents or dangers. Why don't the flowers grow? Set in vibrant colors, graceful forms and exacerbating an instagrammable universe, the performance represents a modern trap for contemporary imprisonments.
Há Dias Que Não Morro é uma performance composta por um hibridismo de linguagens artísticas.
O dispositivo principal é um cubo. Esta forma inorgânica ganha vida pela sequência ininterrupta de projeções vídeo mapeadas que acompanha os 50 minutos de duração da ação.
Um arco íris perfeito, saturado e colorido é a primeira imagem estampada que, no decorrer da performance, é transformado e desvelado, revelando sua composição e conduzindo a dramaturgia.
O texto entra em dialética com a estrutura da repetição, onde ao tentar esconder a profundidade do que há de mais sincero na existência, acaba por escancarar, esvaziar ou sublinhar a realidade dessas personas aos olhos do público.
Ao escolher conversar somente sobre o clima, pele, comida ou plantas de forma superficial, a dramaturgia traz à discussão o que está nas entrelinhas. É a saturação de frases corriqueiras em repetições constantes para provocar movimento.
E as três performers que habitam o cubo estabelecem com suas ações vocais e físicas, de maneira extremamente sincronizada com a música eletroacústica e os disparos de projeção, a passagem do tempo e o mecanismo da repetição de ações, efeitos e situações.
Diante desta obra o/a espectador/a é conduzido/a para uma experiência visual, sensorial, afetiva e psicoanalítica.
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The Days I Don't Die is a performance composed of a hybrid of artistic languages.
The main device is a cube. This inorganic form is brought to life by the uninterrupted sequence of video mapping projections that accompanies the 50-minute duration of the action.
A perfect, saturated and colored rainbow is the first printed image that, in the course of the performance, is transformed and unveiled, revealing its composition and leading the dramaturgy.
The text enters into a dialectic with the structure of repetition, where by trying to hide the depth of what is most sincere in existence, it ends up scattering, emptying, or underlining the reality of these personas in the eyes of the audience.
By choosing to talk only about the weather, skin, food, or plants in a superficial way, the dramaturgy brings to the discussion what is between the lines. It is the saturation of commonplace phrases in constant repetition to provoke movement.
And the three performers that inhabit the cube establish with their vocal and physical actions, in an extremely synchronized manner with the electroacoustic music and the projection shots, the passage of time and the mechanism of repetition of actions, effects, and situations.
In front of this work, the spectator is led to a visual, sensorial, affective, and psychoanalytic experience.
The main device is a cube. This inorganic form is brought to life by the uninterrupted sequence of video mapping projections that accompanies the 50-minute duration of the action.
A perfect, saturated and colored rainbow is the first printed image that, in the course of the performance, is transformed and unveiled, revealing its composition and leading the dramaturgy.
The text enters into a dialectic with the structure of repetition, where by trying to hide the depth of what is most sincere in existence, it ends up scattering, emptying, or underlining the reality of these personas in the eyes of the audience.
By choosing to talk only about the weather, skin, food, or plants in a superficial way, the dramaturgy brings to the discussion what is between the lines. It is the saturation of commonplace phrases in constant repetition to provoke movement.
And the three performers that inhabit the cube establish with their vocal and physical actions, in an extremely synchronized manner with the electroacoustic music and the projection shots, the passage of time and the mechanism of repetition of actions, effects, and situations.
In front of this work, the spectator is led to a visual, sensorial, affective, and psychoanalytic experience.
"
quando há abelhas é porque há abelhas
when there are bees it is because there are bees
"
Falamos de tudo. De tudo o que é possível. O que é possível. O tempo corre. Eras se sobrepõem em décadas. E a velocidade atropela a identidade. O mundo interior é deixado para depois. E para que tudo siga em frente é necessário que uns fiquem para trás. Ou abaixo. Ou de fora. Sistemas se reconfiguram. Dias passam. Relações de poder se mantém. Leis, regras, emendas e ordens. Umas menos democráticas do que outras. Anos passam. E o que se passa em ambiente público, invade o privado. E vice-versa. Tudo exposto. A ficção da realidade escancarada à nossa frente. Mas isso todo mundo já sabe. Não há nada de novo aqui. Só que o óbvio precisa ser dito. Encarado. São tempos de infantilização dos que deveriam ser responsáveis. Deveríamos. Cerceiam liberdades em prol de falsas seguranças. Ao mesmo tempo em que todos lidam com suas próprias repetições e comportamentos aparentes. É a bizarrice contemporânea que se espalha e afeta. É preciso sempre lembrar que há outro jeito. Há. Há. Ha. Ha Ha Ha Ha. Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
Desculpem-me, mas já não me sinto assim tão bem.
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We talk about everything. Everything that is possible. What is possible. Time runs. Eras overlap in decades. And speed tramples identity. The inner world is left for later. And for everything to move forward, it is necessary that some are left behind. Or below. Or outside. Systems reconfigure. Days pass. Power relations are maintained. Laws, rules, amendments and orders. Some less democratic than others. Years pass. And what goes on in the public environment invades the private. And vice-versa. Everything is exposed. The fiction of reality staring us right in the face. But this everyone already knows. There is nothing new here. Only that the obvious needs to be said. Faced. These are times of infantilization of those who should be responsible. We should. They curtail freedoms for the sake of false security. At the same time that everyone deals with their own apparent repetitions and behaviors. It is the contemporary bizarreness that spreads and affects. One must always remember that there is another way. Ha Ha Ha. Ha Ha Ha Ha. Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
I'm sorry, but I don't feel that good anymore.
I'm sorry, but I don't feel that good anymore.
"
olha! aquela nuvem em formato de morango voltou!
look! that strawberry-shaped cloud is back!
"
há dias que não sei o que dizer
há dias que se quer abraçar o mundo
há dias que ser quem somos exige muito de nós
há dias que somos poucas
há dias que sou única
só
há dias que tem correnteza
e os músculos guardam lembram
há dias que seguimos
num otimismo inerte
há dias que se lê ao contrário
saidáh
qui
há outros que tudo isso é bobagem
há dias que uma pérola escapa
e tudo é possível
adeus é masculino de há dias
há dias é feminino de adeus
há dias que tudo é possível
há dias em que há dias
há dias que não morro
e isso não é pouco.
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there are days I don't know what to say
there are days that you want to embrace the world
there are days that being who we are demands a lot from us
some days we are few
some days I am unique
only
there are days that there is a current
and the muscles keep reminding us
there are days that we follow
in an inert optimism
there are days that we read backwards
saidáh
qui
there are days that all of this is nonsense
there are days that a pearl escapes
and everything is possible
goodbye is masculine of há dias
there are days is feminine of goodbye
there are days that everything is possible
there are days there are days
there are days that i don't die
and that is no small thing.
ultraVioleta_s
FICHA TÉCNICA
Idealização: ultraVioleta_s
Direção e Concepção: Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto: Paloma Franca Amorim
Dramaturgia: Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação: José Roberto Jardim
Elenco: Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de direção: Luna Venarusso
Cenografia: Bijari
Direção Musical e Trilha Sonora Original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação: Paula Hemsi
Figurino: Carolina Hovaguimian
Registro audiovisual: Bruta Flor Filmes
Direção audiovisual: Bruna Lessa
Fotografia: Cacá Bernardes
Produção audiovisual: Bruta Flor Filmes
Modelista: Juliano Lopes
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Colaboração Coreográfica: Maristela Estrela
Contrarregras: Hilary Jo Caldis, Vinicius Scorza, Luna Venarusso
Design de sistema: Laíza Dantas
Operação de Luz, Vídeo e Som: Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de Som: Murilo Gil
Técnica de Luz: Paula Hemsi
Técnica de Vídeo: Laíza Dantas
Técnica de Palco: Aline Olmos
Produção: ultraVioleta_s e Corpo Rastreado
Fotos: Paula Hemsi, Rodrigo Araújo, Gustavo Godoy, Victor Iemini & Sila.
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa livre
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CAST & CREW
ENSEMBLE : ULTRAVIOLETA_S
ORIGINAL TEXT: PALOMA FRANCA AMORIM
DRAMATURGY: ALINE OLMOS, JOSÉ ROBERTO JARDIM, LAÍZA DANTAS, PALOMA FRANCA AMORIM & PAULA HEMSI
DIRECTORS : ALINE OLMOS, JOSÉ ROBERTO JARDIM, LAÍZA DANTAS & PAULA HEMSI
STAGE DIRECTOR: JOSÉ ROBERTO JARDIM
ASSISTANT DIRECTOR : LUNA VENARUSSO
SET DESIGNER : BIJARI
COSTUME DESIGNER : CAROL HOVAGUIMIAN
LIGHT DESIGNER : PAULA HEMSI
SOUND DESIGNER : RAFAEL THOMAZINI & VINICIUS SCORZA
LIVE MUSICIAN : MURILO GIL
MAKE-UP DESIGNER : LEOPOLDO PACHECO
AUDIOVISUAL RECORD: BRUTA FLOR FILMES
AUDIOVISUAL DIRECTION: BRUNA LESSA
PHOTOGRAPHY: CACÁ BERNARDES
AUDIOVISUAL PRODUCTION: BRUTA FLOR FILMES
MODEL: JULIANO LOPES
EXECUTIVE PRODUCER : TETEMBUA DANDARA
PRODUCERS: CORPO RASTREADO & ULTRAVIOLETA_S
TRANSLATOR: HILARY JO CALDIS
PHOTOS: RODRIGO ARAUJO, PAULA HEMSI & VICTOR IEMINI
PERFORMERS: ALINE OLMOS, LAÍZA DANTAS & PAULA HEMSI
DURATION: 50 MINUTES
"
_vocês estão me ouvindo?
_sim.
_sim.
_eu não muito bem...
_e agora?
_tá igual...
_e agora?
_igual...
_e agora?
_agora tá diferente...
_melhor ou pior?
_não sei, só tá diferente.
"
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"
_Can you hear me?
_ Yes!
_ Not very well.
_ Not very well.
_ Wait ... how about now?
_ It's the same.
_ It's the same.
_ And now?
_ The same.
_ The same.
_ And now?
_ Now, it's different.
_ Now, it's different.
_ Better or worse?
_ I don't know, it's just different…
_ I don't know, it's just different…
"